quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

ENTREVISTA
AO JORNAL "MEIA-HORA"

“Ainda falta o pleno reconhecimento da arquitectura pelo Estado”

Vencedor das eleições à Ordem dos Arquitectos (OA) que foram anuladas judicialmente, João Belo Rodeia volta a candidatar-se.

Que ilações tira da decisão jurídica que obrigou à repetição de um acto eleitoral do qual saiu vencedor?

Neste momento o fundamental é clarificar a situação na OA. Estas eleições repetidas são a possibilidade de escolher entre três listas, mas também um momento oportuno de clarificação política e institucional. A sentença do tribunal que obrigou à repetição das eleições, que se realizam amanhã, obriga-nos a uma revisão estatutária. Agora é preciso saber qual o modelo pretendido pela ordem.

E que modelo defende a sua lista?

O nosso modelo assenta na não existência de um bastonário como órgão social próprio. Nós apostamos num conselho que tenha colegiabilidade e que actue segundo critérios de maioria. A minha lista pretende um modelo de ordem em que haja uma clara limitação do exercício do poder.

Quais os principais objectivos da sua candidatura?

O nosso lema é “Todos pela Arquitectura” e acaba por traduzir aquilo que para nós é fundamental: constituirmos uma candidatura colectiva com o claro objectivo de unir os arquitectos numa fase delicada da vida da OA e da própria classe.

Quais os desafios da classe no futuro próximo?

São aqueles que decorrem do grande aumento do número de profissionais emPortugal. Há uma questão óbvia que teremos de defrontar e que se refere às saídas profissionais.

Como analisa a evolução da classe nos últimos anos?

Tem sido positiva. Nos últimos 20 anos houve passos importantes, mas, apesar disso, não chegaram até onde nós gostaríamos. Continua a faltar o pleno reconhecimento da profissão de arquitectura pelo Estado e pelo País. DTF